A mogiana Karina Eiko Nakahara tem uma rotina bem puxada. Formada em 2006 em Odontologia, a jovem ainda divide seu tempo com as tarefas de bancária. "Às vezes, tenho que atender à noite e aos finais de semana", conta. Mas a falta de tempo hábil não impediu que participasse e ganhasse o Miss Nikkei Regional do Alto Tietê. Consciente, sabe que o Miss Centenário não é apenas um concurso de beleza. "Ele faz as pessoas olharem mais para os imigrantes e valorizar. Foram cem anos de luta", enfatiza.

A cultura japonesa, aliás, tem um papel importante em sua vida. Mestiça, o pai descendente nipônico sempre trouxe elementos da cultura para a vida da jovem. Quando era mais nova, Karina morava em um sítio, no qual ocorriam eventos típicos japoneses. Ela conta que sua família participava bastante, mas, com a mudança para a cidade, o contato com a cultura ficou menor. Aos 14 anos, teve seu primeiro choque quando viajou ao Japão com sua avó. Relata que o contraste que viu entre a cultura que aprendeu e aquela que existe atualmente no arquipélago foi o que mais chamou sua atenção. "Fiquei até chateada porque percebi que eles são muito ocidentalizados, mais até do que nós descendentes", desabafa.

Karina diz que tem diversos defeitos, mas sua sinceridade é um ponto a favor. E foi com essa sinceridade que afirmou não saber o que a levou à vitória. "Não sei o que passa na cabeça dos jurados, quais são os critérios. De repente, fui a que mais chamou atenção". A dúvida é se seguirá a carreira de modelo. Mas é fato que o que vier, tentará administrar da melhor maneira possível. Sua música preferida, "O Tempo não Pára", entrega um pouco de sua personalidade. "Tento conciliar enquanto der", conclui.